ruído
Não vemos tudo o que existe. Encaixámos o tempo em horas, minutos, anos; as distâncias em centímetros, milhas, anos-luz. Inventámos deuses para não termos perguntas sem respostas. Estudámos, corrigimos, medimos: tentámos. Nem tudo o que existe pode ser observado, ou pode ser percebido pelas formas às quais nos habituámos. Nunca ninguém viu um buraco negro. O cosmos parece silencioso, porque não sabemos ouvi-lo. Não podemos entender sensorialmente a dimensão do Universo. Esforçamo-nos por imaginar que tamanho toma tudo o que existe, a velocidade inultrapassável da luz, coisas que continuam a existir enquanto tendem para o infinito. Algures – muito para além do azul a que chamamos céu – nascem e morrem estrelas, formam-se buracos negros que tentamos descrever, há pequenos defeitos quase tão antigos como o Big Bang que provocam ainda hoje ondas no espaço-tempo que se propagam, sem darmos por elas. As medidas do quotidiano não servem para a grandeza do Universo.
Como é que conseguimos encontrar na nossa linguagem uma estrutura que nos permita pensar sobre estas coisas? Que questões colocam as investigações da astrofísica à nossa forma antropocêntrica de conhecer o mundo? Propomo-nos não só compreender melhor o universo através da astrofísica, mas também questionar o sítio a partir do qual a astrofísica se desenvolve. Enquanto observamos o universo, em que lugar nos colocamos? O que é a objectividade? A que imagens recorre um cientista para poder falar sobre coisas que parecem não caber na nossa linguagem comum? Que relação tem o tempo que medimos e gastamos enquanto vivemos com o tempo que estrutura o Universo?
Como distinguimos no ruído o que realmente queremos ouvir?
Ruído é um projeto da Noitarder em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e o Planetário do Porto – CCV, no âmbito do projeto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos com ondas, que tem como investigadora principal a doutora Lara Sousa.
We don't see all there is. We fit time in hours, minutes, years; distances in centimeters, miles, light years. We invented gods so we don't have unanswered questions. We studied, corrected, measured: we tried. Not everything can be observed, or be perceived in the forms we are accustomed to. No one has ever seen a black hole. The cosmos seems silent, because we don't know how to listen to it. We cannot sensorially understand the dimension of the Universe. We strive to imagine the size of everything, the insurmountable speed of light, things that continue to exist as they tend towards infinity. Somewhere - far beyond the blue we call sky - stars are born and die, black holes are formed, there are small defects almost as old as the Big Bang that still cause waves in space-time, without us noticing. The measures of everyday life can't fit the greatness of the Universe.
How do we find a structure in our language that allows us to think about these things? What questions do astrophysics findings place to our anthropocentric way of knowing the world? Ruído is not only a project trying to understand the universe through astrophysics, but also to question the place from where astrophysics develops. While observing the universe, where do we stand? What is objectivity? What images does a scientist use to talk about things that don't seem to fit in our common language? What relationship does the time that we measure and spare have with the time that structures the Universe?
How do we separate what we want to hear from all the noise?
Ruído is a project by Noitarder in collaboration with the Institute of Astrophysics and Planetário do Porto - CCV, within the scope of the scientific research and technological development project Probing cosmic strings and other topological defects with gravitational waves (Gwstrings), whose main investigator is Lara Sousa.
Como é que conseguimos encontrar na nossa linguagem uma estrutura que nos permita pensar sobre estas coisas? Que questões colocam as investigações da astrofísica à nossa forma antropocêntrica de conhecer o mundo? Propomo-nos não só compreender melhor o universo através da astrofísica, mas também questionar o sítio a partir do qual a astrofísica se desenvolve. Enquanto observamos o universo, em que lugar nos colocamos? O que é a objectividade? A que imagens recorre um cientista para poder falar sobre coisas que parecem não caber na nossa linguagem comum? Que relação tem o tempo que medimos e gastamos enquanto vivemos com o tempo que estrutura o Universo?
Como distinguimos no ruído o que realmente queremos ouvir?
Ruído é um projeto da Noitarder em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e o Planetário do Porto – CCV, no âmbito do projeto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos com ondas, que tem como investigadora principal a doutora Lara Sousa.
We don't see all there is. We fit time in hours, minutes, years; distances in centimeters, miles, light years. We invented gods so we don't have unanswered questions. We studied, corrected, measured: we tried. Not everything can be observed, or be perceived in the forms we are accustomed to. No one has ever seen a black hole. The cosmos seems silent, because we don't know how to listen to it. We cannot sensorially understand the dimension of the Universe. We strive to imagine the size of everything, the insurmountable speed of light, things that continue to exist as they tend towards infinity. Somewhere - far beyond the blue we call sky - stars are born and die, black holes are formed, there are small defects almost as old as the Big Bang that still cause waves in space-time, without us noticing. The measures of everyday life can't fit the greatness of the Universe.
How do we find a structure in our language that allows us to think about these things? What questions do astrophysics findings place to our anthropocentric way of knowing the world? Ruído is not only a project trying to understand the universe through astrophysics, but also to question the place from where astrophysics develops. While observing the universe, where do we stand? What is objectivity? What images does a scientist use to talk about things that don't seem to fit in our common language? What relationship does the time that we measure and spare have with the time that structures the Universe?
How do we separate what we want to hear from all the noise?
Ruído is a project by Noitarder in collaboration with the Institute of Astrophysics and Planetário do Porto - CCV, within the scope of the scientific research and technological development project Probing cosmic strings and other topological defects with gravitational waves (Gwstrings), whose main investigator is Lara Sousa.
uma ideia. idea. Lara Sousa e Raquel S.
direcção artística e texto. artistic direction and text. Raquel S.
investigadora. researcher. Lara Sousa
direcção de produção. production managment. Inês Barbedo Maia / Pé de Cabra
música. music. José Alberto Gomes
vídeo. video. Miguel C. Tavares
interpretação. performer. Maria Inês Peixoto
imagem. design. Nuno Matos
operação de som. sound operation. Ricardo Vieira
apoio à produção. production managing support. Mariana Silva / Pé de Cabra
agradecimentos. acknowledgments. Centro de Criatividade Digital CCD - Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa
um espectáculo. production Noitarder
projecto em colaboração com. project in colaboration with Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e com. and Planetário do Porto - CCV, no âmbito do projecto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico. in the scope of scientific research and technological development project À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos com ondas (PTDC/FIS-PAR/31938/2017 & POCI-01-0145- FEDER-031938)
com o apoio. with the support of Direção Geral das Artes
parceiro institucional. institutional partner Garantir Cultura
Noitarder wishes to thank Centro de Criatividade Digital CCD - Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa for the technical support
um ruído de agradecimento
direcção artística e texto. artistic direction and text. Raquel S.
investigadora. researcher. Lara Sousa
direcção de produção. production managment. Inês Barbedo Maia / Pé de Cabra
música. music. José Alberto Gomes
vídeo. video. Miguel C. Tavares
interpretação. performer. Maria Inês Peixoto
imagem. design. Nuno Matos
operação de som. sound operation. Ricardo Vieira
apoio à produção. production managing support. Mariana Silva / Pé de Cabra
agradecimentos. acknowledgments. Centro de Criatividade Digital CCD - Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa
um espectáculo. production Noitarder
projecto em colaboração com. project in colaboration with Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e com. and Planetário do Porto - CCV, no âmbito do projecto de investigação científica e desenvolvimento tecnológico. in the scope of scientific research and technological development project À procura de cordas cósmicas e outros defeitos topológicos com ondas (PTDC/FIS-PAR/31938/2017 & POCI-01-0145- FEDER-031938)
com o apoio. with the support of Direção Geral das Artes
parceiro institucional. institutional partner Garantir Cultura
Noitarder wishes to thank Centro de Criatividade Digital CCD - Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa for the technical support
um ruído de agradecimento
Escreveram sobre Ruído
Planetário do Porto convida a ouvir o início do universo, de Anabela Santos, em Notícias UP
Ruído este em cena de 11 a 27 de Novembro de 2021 no Planetário da Universidade do Porto e de 8 a 10 de Maio de 2024 no Observatório Geofísico da Universidade de Coimbra.
Planetário do Porto convida a ouvir o início do universo, de Anabela Santos, em Notícias UP
Ruído este em cena de 11 a 27 de Novembro de 2021 no Planetário da Universidade do Porto e de 8 a 10 de Maio de 2024 no Observatório Geofísico da Universidade de Coimbra.