edições Noitarder
As edições Noitarder são lançadas em Outubro de 2025 com a edição de Ruído.
As estreias não são o fim dos processos. Nas longas pesquisas que fazemos para construir espectáculos, partimos de temas, que dão origem a muitos ficheiros, notas, imagens. Encontramos histórias, notícias, livros, que não têm lugar numa peça de teatro, mas que gostávamos de partilhar. E mesmo os textos de teatro encontram outro tempo na leitura, outra forma de existir. Por isso, em 2025 lançamos as Edições Noitarder, que pensam o livro como um objecto que é parte de uma dramaturgia, como se continuasse o espectáculo, os ensaios, a pesquisa, a ideia: livros que são um lastro que se pode tocar, e que pode ser encontrado numa livraria, numa biblioteca.
Em 2025 editamos dois livros que partem do cruzamento de teatro, literatura, pensamento e ciência. Editaremos Ruído, a partir do espectáculo que estreou no Planetário do Porto em 2021, depois do convite da astrofísica Lara Sousa para pensar uma peça de divulgação científica a partir do seu projeto de investigação sobre ondas gravitacionais. Ruído pensa a forma como as primeiras perguntas das crianças se afinam e desenvolvem até se tornarem questões científicas, e acompanha o progresso científico até se chegar à observação das ondas gravitacionais, explicando que informação nos podem trazer. Longe, primeiro espetáculo da Noitarder e segunda edição da colecção, é um ensaio que cruza neurociências, diários de luto, filosofia, etc., pensando o que acontece, na nossa memória, à cara das pessoas que nos morreram. Olhamos as estruturas da memória para tentar entender o luto e a perda.
2026 trará dois livros que partem de projectos que implicaram longas pesquisas, e que levantaram muitas histórias e dados que não chegaram à cena. Amor.demónio (2021) parte de histórias de freiras reais e ficcionais, e partirá das cartas que escrevemos em cena mas, também, de escritos de freiras e das suas histórias. DESCANSAR (2023) partiu de cemitérios e dará origem a um livro que reúne alguns dos epitáfios, histórias, fotografias, texturas e decorações com que nos fomos cruzando, durante os passeios que fizemos por cemitérios de todo o país.
Ainda em 2026, editaremos o primeiro texto de uma colecção para o futuro, chamada “Livro de lugar”, que parte de residências artísticas e da experiência de cada lugar para escrever livros de ficção que cruzam realidade e fantasia. O primeiro, escrito depois de uma residência na Mina de S. Domingos, chamar-se-á Endless corda.
edição. Raquel S.
paginação e design. Nuno Matos
revisão. Vasco Vasconcelos